PETIT TALKS: CLÁUDIO MARTUCCI

Hoje, conversamos com um artista para quem o talento não foi uma escolha, mas um destino inevitável. Para ele, a arte não é um refúgio ou um remédio, mas algo ainda mais fundamental: é “a forma mais pura de liberdade”. É o caminho natural que ele segue desde criança, a única coisa que ele se imagina fazendo.

Com uma base sólida em Design Gráfico, que caminha lado a lado com sua trajetória, seu “capítulo crucial de observação” não é um desvio, mas seu estado permanente. A inspiração não vem do silêncio, mas do movimento; sua principal fonte é “a rua, o ambiente urbano”.

Seu ateliê dispensa paredes; é a própria “galeria a céu aberto”. Longe de ser um “misto de paraíso e hospício” isolado, seu local de criação é um “processo vivo, dinâmico e imprevisível”. Ali, imerso nos “sons da cidade” e banhado pela luz do dia, ele transforma o spray — seu material de eleição — em um “espelho que reflete” emoções vibrantes.

A maior recompensa não é um “orgasmo mental” solitário, mas a gratificação dupla: primeiro, a visão da obra pronta; e, mais importante, a reação do público, a transformação de um muro cinza em um diálogo com quem passa.

Nesta entrevista franca e vibrante, mergulhamos em seu processo criativo, suas referências (de Van Gogh a Dalí) e a jornada singular que, apesar do preconceito, o levou a encontrar sua voz na arte urbana.

De onde vêm suas ideias?

Minha principal fonte de inspiração é a rua, o ambiente urbano. Eu observo o cotidiano, as interações entre as pessoas, suas expressões e as emoções que transparecem no dia a dia. A rua é uma galeria a céu aberto, cheia de histórias, movimentos e sentimentos que tento capturar e traduzir no meu trabalho.

Qual é a sua cor ou material favorito para trabalhar e por quê?

O spray é, sem dúvida, meu material de eleição. A velocidade que ele proporciona é essencial, especialmente trabalhando na rua. Além da agilidade, a qualidade do acabamento, a vibração das cores e a facilidade de criar gradientes e coberturas amplas são muito superiores para o estilo que eu desenvolvo.

Qual profissão teria ou qual sua outra profissão além de artista?

É difícil me imaginar fora da área criativa. Na verdade, minha outra profissão caminha lado a lado com a arte: eu também sou Designer Gráfico. As duas áreas se complementam constantemente, seja na noção de composição, no estudo das cores ou na forma de comunicar uma ideia visualmente.

Quem são seus maiores ídolos na arte ou referência artística?

No início da minha trajetória, fui profundamente impactado pelos mestres. A intensidade emocional, a textura e as pinceladas de Van Gogh, assim como o universo onírico e a técnica de Salvador Dalí, me mostraram o poder da imaginação e da expressão. Embora meu estilo hoje seja outro, essa base na história da arte foi fundamental.

Qual foi a primeira obra que você vendeu?

A primeira obra que vendi foi uma tela retratando o Ayrton Senna. Foi um momento muito marcante, pois ele é um ícone que representa muita coisa para mim e para os brasileiros. Ver que minha interpretação daquela figura tocou outra pessoa a ponto de ela querer tê-la foi o primeiro grande incentivo.

Claudio Martucci

Se você pudesse definir sua arte, como a definiria?

Eu definiria minha arte como expressiva e vibrante. Eu busco capturar emoções e traduzi-las em cores fortes e traços dinâmicos. Acima de tudo, faço questão de deixar minha identidade em cada obra, uma assinatura visual que conecta tudo o que eu produzo.

Qual é a sua obra favorita entre todas que já criou ?

Minha obra favorita continua sendo aquela primeira tela do Ayrton Senna que vendi. Ela tem um valor sentimental imenso, pois simboliza o início da minha jornada profissional e a prova de que eu realmente poderia viver da minha arte.

O que você gosta de fazer quando não está criando?

Quando não estou com o spray na mão ou desenhando, minha prioridade total é estar com minha família. O trabalho artístico, seja na rua ou no estúdio, consome muita energia mental e física, então recarregar as baterias ao lado deles é fundamental.

Onde você se vê daqui a 10 anos?

Daqui a 10 anos, eu me vejo plenamente estabelecido, vivendo 100% da minha arte. Mais do que isso, espero ser reconhecido pelo meu estilo único, ter tido a oportunidade de deixar minha marca em diferentes cidades pelo mundo e, principalmente, estar inspirando novos artistas que estão começando suas jornadas.

Você sempre soube que seria artista ou foi algo que aconteceu naturalmente?

Para mim, não foi exatamente uma escolha; foi algo que sempre esteve lá. Desde criança, eu sigo essa linha criativa. O desenho, a pintura… foi um caminho muito natural. Eu honestamente não me imagino fazendo outra coisa.

Como é o seu ateliê ou espaço de trabalho e como é estar nele no momento da criação?

Na verdade, a rua é o meu verdadeiro ateliê. É lá que a mágica acontece e é onde me sinto mais à vontade. Estar na rua, no momento da criação, é uma imersão total. Você não está isolado; você está lidando com o clima, com a textura do muro, com o barulho, com as pessoas que param para olhar e interagir. É um processo vivo, dinâmico e muitas vezes imprevisível.

Para você, o que é arte?

Arte, para mim, é a forma mais pura de liberdade. É a capacidade de expressar o que sinto e o que vejo sem filtros. É também uma conexão que eu chamo de “absurda” com o ato de pintar; um momento em que o mundo ao redor parece desaparecer e só existe a tinta, a superfície e a emoção.

Que papo incrível tivemos com Cláudio Martucci! Se você curtiu tanto quanto nós da PETIT, espalhe a novidade, compartilhe e deixe o seu like!

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